Qual a semelhança entre eu e Kaká? “Nenhuma”, dirá a célebre leitora com um pôster do RENASCER MAN grudado na parede. Pois existe uma sim: ambos jogamos futebol. Por mais paradoxal que possa parecer, ambos fazem a mesma coisa, mas de forma totalmente diferente. E é aí que entra a teoria que inventei há cinco minutos atrás de que existem dois tipos de futebol.
O primeiro é o futebol circo, aquele que atrai multidões para um estádio de futebol, aquele que aliena, que cega, mas que também apaixona, cria sentimentos e todas essas coisas que Nélson Rodrigues falava em suas crônicas.
Na semana passada, cinco homens armados invadiram o vestiário da Portuguesa, equipe que está na segunda divisão do futebol brasileiro. O motivo: o time havia perdido uma partida em casa e os homens foram lá tirar satisfação. No dia seguinte, um outro jogador, acho que o Rogério Ceni, disse: “Por que não vão fazer isso lá no Congresso?”. Confesso que foi a primeira vez que respeitei esse cara. A situação do Senado e da Câmara dos Deputados está tão podre que até me desanimo a escrever um post sobre isso (mas o farei nos próximos dias). Já falei várias vezes neste blog e volto a repetir: no dia em que o brasileiro tiver tanta capacidade de revolta com o Congresso como tem para com o técnico do seu time, o Brasil vai realmente dar seu grande salto. Sonho com o dia em que o povo deste país vai conhecer tanto o candidato em que vai votar como conhece o lateral esquerdo reserva do seu time. Nesse ponto, ainda temos muito a aprender com nossos vizinhos argentinos, que, se por um lado são tão doentes como nós por futebol, por outro tem uma capacidade de mobilização política que está a anos-luz de nós, os pentacampeões do mundo.
Por outro lado, existe o meu futebol. Aquele que faz as pessoas acordarem cedo no domingo de manhã para irem até o interior e enfrentar uma temperatura de 30º para correr atrás de uma bola, tendo como recompensa disso apenas uma muy valorosa costela gorda e cheia de colesterol no almoço. Aquele futebol que faz com que o cara dê um carrinho violento dentro da área sem grama, esfolando toda a sua perna e deixando-a imobilizada por um bom tempo. Aquele futebol que, ao marcar um gol, não te faz correr para a arquibancada, pois não há ninguém lá, mas sim para abraçar aquele bando de amigos que irão te pagar uma cerveja logo após o jogo.
E qual a conclusão que se toma disso? A princípio, nenhuma, pois ainda estou criando a teoria, e, afinal, esse é um papo chato mesmo. Enquanto isso, só nos resta continuar a gastar dinheiro para ir ao circo.
Ou ao interior.
O primeiro é o futebol circo, aquele que atrai multidões para um estádio de futebol, aquele que aliena, que cega, mas que também apaixona, cria sentimentos e todas essas coisas que Nélson Rodrigues falava em suas crônicas.
Na semana passada, cinco homens armados invadiram o vestiário da Portuguesa, equipe que está na segunda divisão do futebol brasileiro. O motivo: o time havia perdido uma partida em casa e os homens foram lá tirar satisfação. No dia seguinte, um outro jogador, acho que o Rogério Ceni, disse: “Por que não vão fazer isso lá no Congresso?”. Confesso que foi a primeira vez que respeitei esse cara. A situação do Senado e da Câmara dos Deputados está tão podre que até me desanimo a escrever um post sobre isso (mas o farei nos próximos dias). Já falei várias vezes neste blog e volto a repetir: no dia em que o brasileiro tiver tanta capacidade de revolta com o Congresso como tem para com o técnico do seu time, o Brasil vai realmente dar seu grande salto. Sonho com o dia em que o povo deste país vai conhecer tanto o candidato em que vai votar como conhece o lateral esquerdo reserva do seu time. Nesse ponto, ainda temos muito a aprender com nossos vizinhos argentinos, que, se por um lado são tão doentes como nós por futebol, por outro tem uma capacidade de mobilização política que está a anos-luz de nós, os pentacampeões do mundo.
Por outro lado, existe o meu futebol. Aquele que faz as pessoas acordarem cedo no domingo de manhã para irem até o interior e enfrentar uma temperatura de 30º para correr atrás de uma bola, tendo como recompensa disso apenas uma muy valorosa costela gorda e cheia de colesterol no almoço. Aquele futebol que faz com que o cara dê um carrinho violento dentro da área sem grama, esfolando toda a sua perna e deixando-a imobilizada por um bom tempo. Aquele futebol que, ao marcar um gol, não te faz correr para a arquibancada, pois não há ninguém lá, mas sim para abraçar aquele bando de amigos que irão te pagar uma cerveja logo após o jogo.
E qual a conclusão que se toma disso? A princípio, nenhuma, pois ainda estou criando a teoria, e, afinal, esse é um papo chato mesmo. Enquanto isso, só nos resta continuar a gastar dinheiro para ir ao circo.
Ou ao interior.