Esse post soa como o óbvio ululante, algo que todos nós falamos, mas eu preciso repetir: incrível o poder que a mídia tem para distorcer ou colocar as informações da maneira que melhor lhe convêm.
Vamos falar apenas de dois exemplos: primeiramente, a questão do Muro da UFGRS, citado no post anterior. Li a matéria sobre o assunto na Zero Hora (logo onde, puts), e na matéria sempre era citado o fato de que o muro era propriedade pública. Ou seja, trazia-se à tona uma discussão, mas sempre com a “informação adicional” incluída, de maneira a colocar, de forma intrínseca na cabeça das pessoas, a opinião do veículo. O mesmo se lê no site da RBS e em outros veículos do grupo.
O segundo exemplo é o do já esquecido (esquecido? Por que será?) Caso Daniel Dantas, o banqueiro que tem poderes maiores do que Deus no Brasil e fraudou milhões dos cofres públicos. Nos tempos em que a notícia bombava (depois enjoou, sabe?), muitos veículos como o Jornal Nacional, Jornal da Globo e Jornal da Noite, este ancorado pelo “direitão” Boris Casoy, deram espaço à discussão se a Polícia Federal deveria ou não usar algemas na prisão dos suspeitos (sic). Ora, eles fraudam milhões de nossos cofres, enganam o povo por muitos anos, e querem que eles sejam tratados de que forma? Com champanhe? (pensando bem, é bem provável que eles tenham recebido champanhe francês na cadeia). Boris Casoy gastou preciosos minutos de seu telejornal discutindo à questão, citando, inclusive, que os suspeitos teriam sido tratados de forma violenta. No Senado, o senador Artur Virgílio, do (tcharam!!) PSDB, condenou a atitude da Polícia Federal, que teria usado “de muita força para com estes inofensivos homens”. Ah, eles desviaram milhões? Bom, isso é um mero detalhe que não deve importar muito ao NOBRE parlamentar...
Enfim, o que eu queria dizer é isto: é muito fácil desviar o foco de uma notícia, e muitas vezes (ou na maioria) a maioria da população nem chega a perceber isto. Porém, percebem com extrema facilidade mudanças no caráter da personagem da novela.
Ah sim: agora, fiquem à vontade para me xingar por eu perder tempo lendo Zero Hora ou assistindo Jornal Nacional, Jornal da Globo e Boris Casoy.
Eu mereço.