27 de set. de 2008

O muro das lamentações

Completamente envergonhado por não postar a três dias, estou aqui raciocinando sobre o que eu poderia falar neste breve espaço de quinze minutos que tenho. Pois bem: falemos de um papo muito chato: um muro.
Vocês devem estar sabendo da história do muro da UFRGS, não é mesmo?
Bom, para quem não sabe, aí vai um resumão: uma estudante de Letras da UFRGS pintou um muro em frente ao Departamento com a frase: “Para que(m) serve o teu conhecimento? Aí um estudante de Ciências Contábeis entrou com um processo na justiça, alegando que aquilo significava dano ao patrimônio público. Dias depois, a pintura foi “estragada” por diversos estudantes que jogaram tinta por cima da frase. A polêmica se espalhou, há um movimento a favor da pintura quer o estudante que entrou com o processo promete levar o caso até a Justiça Federal.

Onde vamos parar? Por que este bendito questionamento em torno de uma pintura? Qual o problema em pintarmos essa frase? Será que os estudantes não querem que as pessoas pensem? Qual é, então, o papel de uma universidade.

Mais ridículo que este processo é a mídia “coronelista” sempre referindo-se ao muro como “patrimônio público” ou “pintou sem autorização”. Só aí, já percebemos de que lado ELES estão, não é mesmo?




O muro, antes do verdadeiro vandalismo.

O assunto merece ser mais aprofundado, mas deixo isso para as discussões nos comentários. Estou no aguardo.
Ah, agradecimentos especiais à Elisa, por me mandar o panfleto referente à situação...

Aqui, um blog sobre o assunto: http://www.muralharubronegrabrasil.blogspot.com/

Para que(m) serve este blog?

7 comentários:

  1. Ahhhh!!!!
    O "fulaninho" é das ciências contábeis...

    Quero dizer que eu passo todos os dias na frente desse prédio. E vou relatar as fases pelas quais ele passou nos últimos meses:
    1. Um muro branco, com uns cartazes de festa e umas pichações (devo ressaltar que as pichações, mesmo assim, eram culturais, como citações de autores).
    2. Um muro colorido e que incitava ao pensamento crítico [vide foto].
    3. Um muro arruinado pela ignorância (latas de tinta de uma cor horrível meio salmão).
    4. Um muro-retrato da revolta, com várias impressões de CENSURADO.

    E é só um muro...

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Não é por NADA que o Judiciário está do jeito que está. Com esta morosidade toda. Por causa desse tipo de ação que acaba atrapalhando as ações realmente importantes e urgentes.

    Hoje a população tem mais acesso ao Judiciário, ótimo! Mas também não vamos entrar com ações de mero cotidiano que podem ser resolvidas com uma siiiiimples conversa. O que me parece pouco acontecer ultimamente... E o povo recorre ao Juíz para interferir.

    Afinal, para QUE serviu o conhecimento de tal "estudante", se é que possa se dizer que uma pessoa desse idealismo seja mesmo "estudante-estudioso" (se é que existe tal palavra!). Esse estudante se sentiu muito afetado ao ler a frase. Vai ver o chapéu serviu!

    E a Constituição Federal prevê a livre manifestação do pensamento.

    Prejuízo ao erário??? Acredito que não! Afinal, está muito bem pintado o muro e faz com que os reais estudantes pensem na frase. E não só eles...

    Agora, com o muro sujo de latas de tintas jogadas nele, aí sim é um prejuízo... e tanto! Tanto ao erário, quanto ao intelecto dos que passam por ali.

    Um beijo.

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  4. Resposta:
    Serve para mim e para compartilhar tuas idéias brilhantes com o povo.

    (Quanta demagogia, Camila!)

    Ah sim, o comentário excluído era o meu. É que fica feio deixar ele lá com erro de concordância né. Eu tinha me empolgado. Hehehehe...

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  5. Ótimos comentários, gurias! ;)

    Já fiz arrumei lá no post, referente ao curso que o dito cujo faz...

    Incrível como podem existir pessoas desse tipo. Acho que caminhamos para uma sociedade pragmática, imóvel, técnica, sem nenhum conhecimento além daquele utilizado para servir á obtenção de lucros da elite.

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  6. Nos encaminhamos para uma sociedade DESCARTÁVEL.

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  7. Putz, desculpem-me aí pelo "Já fiz arrumei" e pelo "para servir á obtenção"...

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