7 de set. de 2008

Crônica das 22 horas do domingo

No último domingo tivemos Chile x Brasil pelas eliminatórias da Copa do Mundo da África do Sul, popularmente conhecida, segundo os amigos do Impedimento, por MANDELÃO 2010. Foi o confronto Neruda x Machado de Assis, Bachellet x Lula, Allende x Jango, Pinochet x Médici, Concha y Toro x Acquasantiera.
Milhões de brasileiros ficaram acordados até a meia-noite, horário final da partida, mesmo sendo um depressivo final de domingo, mesmo sendo frio, mesmo com o Galvão Bueno. Entre aqueles que fizeram tal proeza, está este que vos escreve, alienado fã confesso de futebol.


Líder da torcida chilena no andar de baixo
Torci muito, mas muito para o Chile. Perguntarão os incrédulos, ainda eufóricos com os LINDOS e PATRIÓTICOS desfiles de 7 de setembro hoje realizados, quando lembramos nossa (sic) independência: por que você torceu contra? Será para que caia o técnico Dunga e dessa maneira a Seleção Brasileira retome o caminho das vitórias? Não, longe disso. Aliás, seja lá quem for o técnico do Brasil, torcerei com todas as minhas forças pelos adversários da seleção CANARINHO nestas Eliminatórias.

Pelo bem do Brasil, temos que ficar de fora da próxima Copa do Mundo. Vejo isso como fator primordial para a mudança de consciência do povo brasileiro, além da renovação do futebol, nossa maior paixão. Somente uma colocação abaixo do quinto lugar entre todos os países sul-americanos, onde o Brasil almeja ser o líder supremo em termos de política, vai provocar mudanças radicais e profundas no comando da Confederação Brasileira de Futebol, onde o governo absolutista de Ricardo Teixeira dura mais de duas décadas. Nem os militares ficaram tanto tempo assim no poder. E para piorar, se até alguns anos atrás a nossa maior emissora de televisão chegou a fazer um Globo Repórter Especial, somente com denúncias ao chefe-MOR da CBF, hoje os dois andam lado a lado, de mãos juntas (qualquer semelhança com a época da ditadura não é mera coincidência). Com Ricardo Teixeira fora, teremos excluída uma praga do nosso futebol, responsável por denúncias abafadas de corrupção, desvio de verbas, falência de clubes, etc. Para o bem de nosso futebol, que tenhamos Copa para o Brasil só em 2014. E para essa já estamos desgraçadamente classificados, afinal, ela vai ocorrer em nossos jardins.



O poderoso chefão

Outra razão: uma diminuição sensível na alienação do povo brasileiro. A cada quatro anos, o Brasil pára, literalmente. Até as mais radicais indústrias capitalistas, inimigas mortais do ócio e da perda de tempo, param sua produção durante jogos do Brasil na Copa. (com isso, não quero com isso dizer que quero que o Brasil fique fora do Mundial para que as empresas produzam mais! Por favor né!). O fato é que talvez o brasileiro perceba que existem coisas mais importantes do que o futebol, como por exemplo a política, a educação, etc, e que eles podem viver sem uma Copa do Mundo. Isto é, se o Galvão Bueno deixar né...

Por isso, reafirmo: Brasil fora da Copa, para o bem do Brasil! E para azar do Departamento Comercial da Globo...

PÓS-POST: O Dunga deve ter lido esse post e mostrou aos jogadores antes da partida. Só pode. Tudo o que escrevi se foi por água abaixo em 90 minutos.

4 comentários:

  1. É sempre assim, quando se torce contra, o Brasil vence.

    Filha da %$#@ #&?#$@&!

    E as Olimpíadas? "OlimPiadas" né.

    Mas eu sou muito mais Neruda, Allende e aaaahhh... CONCHA Y TORO! Delícia!

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  2. Bom, teve um americano que vez seu TCC de Doutorado sobre a vitória do Brasil sobre alguma país da África, que agora eu não me lembro. Nesta pesquisa, relata a "compra" do jogo pela CBF. João, aproveita o gancho e faz seu TCC sobre a vitória de ontem.

    Eles compraram o Valdívia, só pode!
    Agora, perderemos da Bolívia no belo Engenhão!
    há!


    Pede para sair Dunga!!

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  3. O jogo em questão foi Brasil x Gana, oitavas de final da Copa 2006. Mas aí não sei né, vender jogo de Copa é difícil.

    Em tempo: zaga do Inter de Marcorama > zaga do Chile.

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  4. Só uma coisa a dizer: "política do pão e circo".

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