Quando se volta de uma aula da faculdade onde o professor/palestrante distorce completamente as informações, oferece aos alunos algo onde está intrínseco que deseja implantar um pensamento tendencioso, quando se manipulam imagens e fatos a favor de um sistema, é difícil, muito difícil, não se revoltar com certas coisas.
Não sei por que cargas d’água fui deixar a cadeira de ECONOMIA para meu último semestre na faculdade. Empurrei até não ter mais jeito. Maldita a hora em que tive essa decisão. Tivesse eu feito Economia no primeiro semestre, e eu estaria um pouco mais alienado, acharia apenas uma cadeira para encher lingüiça e não daria a mínima para o que o professor falasse. Mas não, a besta aqui deixou para o fim. Agora, que agüente as conseqüências.
A aula de hoje foi dedicada única e exclusivamente a acabar com Cuba. Foi dedicada a uma palestra de um senhor que esteve em Cuba como TURISTA e emitiu sua opinião sobre o país que meu professor classificou como “A DISNEYLÂNDIA DOS ESQUERDISTAS”. Prato cheio para ser implantado em um turma de alunos de engenharia, onde eu sou o único cara com papos chatos. Acho que eles devem estar certos. Bom mesmo é falar de motor de carro.
Menções à educação e à saúde, nem pensar. Na educação, ele apenas mencionou o assunto de leve, e o principal ponto foi ridicularizar o fato de todos os alunos usarem uniformes. Quanto à saúde, nem tocou no assunto.
E a palestra seguiu assim, no melhor estilo “Li na Veja”. Os engenheiros foram presas fáceis. Pergunta de um deles: “Professor, se eles ficam 12 anos estudando, e viram nos livros as revoluções que aconteceram em outros países, por que eles não fazem uma revolução também para se livrar dessa situação?”. E a resposta do palestrante: “Porque eles tem medo”.
E para terminar, ele ainda apresentou alguns slides cujo nome do arquivo era: “Cuba-Cultura”, onde mostrou fotos da estada dele e da esposa num parque aquático em Havana onde os golfinhos faziam malabarismos. Frase dele: “Valeu a pena ter ido a Havana principalmente por causa disso”.
Haveriam muito mais coisas aqui para citar, mas o texto já está longo, a temperatura é de 2° e o álcool consumido no ônibus começa a fazer efeito. Mas retornarei a falar sobre o assunto. Desculpe se este post não tem um grande sentido. É que dá raiva. Junte a isso outros fatos tenebrosos que uma amiga minha me contou, e temos um barril de pólvora na minha cabeça. Mas deixa pra lá. O que importa é que os golfinhos, ah, os golfinhos eram tão bonitinhos...
É muito mais fácil aceitar o que lhe impõem. Pensar por si mesmo, colocar a crítica trabalhar, é difícil.
ResponderExcluir"Pensar é o trabalho mais difícil que existe. Talvez por isso tão poucos se dediquem a ele."
(Henry Ford)
Sem mais.
[PS: Não era bem essa "frase pronta" que queria usar aqui, mas assim que achar a outra eu comento!]